quarta-feira, 7 de julho de 2010

FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES EM ÁREA DE MATA CILIAR

A mata ciliar, por margear rios, córregos e lagoas, traz uma série de benefícios  para o ecossistema em si, como as interações de co-existência entre plantas e animais; para os organismos aquáticos, estabelecendo uma série de características que mantém as condições ideais para a sobrevivência dos mesmos e para população humana, trazendo benefícios à nossa saúde e economia.
       A mata ciliar é de extrema importância para manter o fluxo gênico vegetal, trazer abrigo e transporte para a fauna, servindo como fonte de alimento e esconderijo para diversas espécies animais. Também é fundamental para o controle de voçorocas, inibindo o processo de erosão, pois retém nutrientes evitando a lixiviação dos mesmos através de pancadas de chuvas e aumenta a quantidade de absorção de água, melhorando as condições e a qualidade do solo. A mata ciliar age como uma barreira natural de resíduos, protegendo os corpos d`água, impedindo o escorrimento de agrotóxicos em excesso pelo mau manuseamento de terras agrícolas, evitando poluição de águas que chegam aos centros urbanos.
       Desde a antiguidade, o homem vem se ocupando às margem dos rios, manuseando a terra de forma insustentável, aos poucos, tomando a vegetação ciliar para construção de casas, para consumo e renda através da agropecuária. Esses acontecimentos, preocupam muitos cientistas hoje em dia interessados em estudar como diminuir o impacto causado por essa degradação sem recuperação e restauração da floresta ciliar. Muitas espécies vegetais se associam mutualisticamente à fungos micorrizos arbusculares, à qual traz vantagens para ambos os organismos, em que a planta ganha rapidamente nutrientes fornecendo um rápido crescimento e o fungo proteção e abrigo. Isto interessa a vários pesquisadores pois essa associação, apesar de dados escassos, está relacionado de forma positiva na regeneração da mata, promovendo o fluxo gênico das espécies nativas, a fim de promoverem o estágio de sucessão e chegar à uma biodiversidade semelhante à da floresta original.
       Carrenho et al (2000), coletou amostras de solo rizosférico de Croton
urucurana Baill (CB)pioneira., Inga striata Willd(IsW).secundária inicial e Genipa americana L.(GaL)clímax, para avaliar o comportamento de fungos micorrizos. 22 espécies de fungos foram encontrados.
       Os números totais de esporos foram de 85 para CB, 212 para IsW e 511 para GaL em 100 g de solos da rizosfera coletada. Os esporos quantificados no primeiro levantamento variaram de 6 a 29 em 100g de solo, um valor relativamente menor que no segundo levantamento. Carrenho et al(2000) explica que a diferença está relacionada à biomassa radical, pois os fungos após o crescimento das plantas, encontraram maiores possibilidades de colonização.
      Nos resultados, é possível notar que a quantidade de esporos é menor na espécie pioneira, e cresce progressivamente até a espécie clímax. Esse comportamento da esporulação pode ser explicado à medida que o volume de raízes aumenta, da espécie pioneria à clímax, aumenta o número de iscagem e colonização pelos fungos.
      A diversidade das espécies de fungos pode ser explicada pelo aumento da biodiversidade vegetal, que em trabalhos anteriores na mesma área, constataram menores quantidades de espécies de fungo. Outros trabalhos recentes demonstram que quando as espécies de fungos micorrizos aumentam, há também um aumento da diversidade de plantas, a captura de nutrientes minerais e a produtividade do ecossistema acarretando numa composição florestal melhor estruturada e complexa.  




Felipe de Carvalho

Referências:
           
 Carrenho, R.; Trufem, S. F. B.; Bononi V. L. R..; FUNGOS MICORRÍZICOS ARBUSCULARES EM RIZOSFERAS DE TRÊS ESPÉCIES  FITOBIONTES INSTALADAS EM ÁREA DE MATA CILIAR REVEGETADA.; Acta bot. bras. 15(1): 115-124. 2001


Imagens:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-mata-ciliar/
http://professores.unisanta.br/maramagenta/Imagens/FUNGO/Micorrizas.jpg

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